segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quando a Bíblia se refere à palavra ‘espírito’, é de um desencarnado



Os anti-espíritas baseiam-se, em parte, na proibição de Moisés (não de Deus) de contato com os espíritos (Deuteronômio 18). E ela foi porque muitos faziam comércio e chantagem com a mediunidade.

Por que esses anti-espíritas não mandam matar a pedradas seus filhos adolescentes rebeldes contumazes, pois Moisés o determina? (Deuteronômio 21: 21). Por que não fazem a circuncisão? Por que consomem carne suína? E por que eles querem obedecer rigorosamente apenas à proibição mosaica da comunicação com os espíritos? E será que eles não percebem que essa própria proibição prova que existe mesmo essa comunicação? Sim, pois Moisés não era doido para proibir uma coisa que não existe!

E lembro-os de que Jesus, na transfiguração no monte Tabor, presidiu a uma verdadeira sessão espírita, pois Ele comunicou-se com os espíritos de Moisés e Elias, que haviam vivido, há muito tempo, aqui na Terra. E dessa sessão espírita participaram também os médiuns ostensivos Pedro, Tiago e João, que sempre eram convidados por Jesus para participarem com Ele dos seus feitos mediúnicos.

Vejamos um exemplo, que já apareceu em outras matérias minhas, mas que o repito para os leitores novos, para que se previnam contra as interpretações erradas de textos bíblicos por parte de seus líderes religiosos, com a intenção de esconderem os fatos espíritas bíblicos: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4: 1). As profecias são feitas por espíritos. Daí Paulo ter-nos ensinado que os espíritos dos profetas são subordinados aos profetas (1 Coríntios 14: 32), que, hoje, são chamados de médiuns. É claríssimo que João se refere a espíritos. Se ele falasse de pessoas (profetas), ele diria: “Examinai os profetas, para saberdes se suas profecias são verdadeiras ou falsas”. Mas não, ele se refere mesmo a espíritos desencarnados manifestantes, que, às vezes, são denominados, popularmente, de fantasmas. Onde está no texto que espíritos nele significam pessoas (profetas)? Se esse trecho cair no vestibular para interpretação, e o vestibulando interpretar a palavra “espíritos” como sendo as pessoas (profetas), sem dúvida ele vai ser desclassificado. E observe-se que Eldade e Medade recebiam espíritos e profetizavam (Números 11: 24 a 30).

E a prova de que o texto de 1 João 4: 1 fala mesmo de espíritos e não de pessoas levou a Assembleia de Deus a fazer outra tradução dele completamente diferente, na qual até se omite a palavra “espíritos”: “Mui queridos amigos, não creiam em tudo que vocês ouvem, só porque alguém diz que é uma mensagem de Deus: examinem primeiro, para ver se realmente é. Porque há muitos falsos mestres por aí” (“A Grande Descoberta” – Novo Testamento).

Realmente, não só um autor bíblico, mas qualquer outro, quando usa a palavra espírito, está referindo-se a um espírito desencarnado. Para que se entenda que se trate de pessoa, é necessário que isso esteja claro. Um exemplo: Joaquim é um espírito aventureiro. Aqui se entende, claramente, que se trata de pessoa, pois está expressa essa ideia na frase, o que não ocorre com a passagem joanina citada, que se refere mesmo a espíritos!

E não foi Kardec, “o bom senso encarnado”, mas foram essa e outras passagens bíblicas que me levaram ao espiritismo!

José Reis Chaves

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A bíblia e a vida após a morte...


A presença na Bíblia de espíritos encarnados e desencarnados






 
Tornei-me espírita porque constatei que muitas verdades bíblicas são espíritas. Eu ainda era católico de carteirinha quando descobri a verdade da reencarnação na Bíblia. Depois, foi a vez de eu encontrar também nela uma grande quantidade de fenômenos pneumáticos ou mediúnicos, na linguagem paulina: dons espirituais.

Eu estudei para padre redentorista e amo a Igreja e a Bíblia. E procuro reconciliar as igrejas seguidoras da Bíblia com a doutrina dos espíritos codificada por Kardec, que não modificou a Bíblia em nada. Ele simplesmente escreveu a joia preciosa literária cristã de esclarecimento e valorização da Bíblia: “O Evangelho segundo o Espiritismo” (traduzido por este colunista), em que Kardec sintetiza as máximas do Evangelho. E o próprio Jesus sintetizou sua doutrina, ao ensinar que ela está contida no primeiro mandamento do Decálogo: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22: 37). A afirmação, pois, de que é falsificador da Bíblia quem faz uma síntese do Evangelho é fruto duma ignorância sem tamanho ou de má-fé, o que é próprio dos religiosos fanáticos de fé cega.

E quando Paulo diz: “Julgai todas as coisas e retende o que é bom” (Tessalonicenses 5: 21), ele quer dizer que devemos usar bem a nossa inteligência no estudo das coisas, o mesmo ensino de Kardec, que nos aconselha a termos uma fé raciocinada, e não cega. E Jesus corrigiu erros da Bíblia no Velho Testamento: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5: 43 e 44). Nem tudo na Bíblia é, pois, certo, mas há irmãos nossos evangélicos que têm um bom conhecimento bíblico e escrevem e falam bem, mas acham que até uma vírgula na Bíblia é de Deus! Isso é o resultado do fundamentalismo religioso de fé cega, o que é um incentivo para o materialismo!

Outro erro grave dos religiosos seguidores fanáticos da Bíblia é querer negar, a qualquer custo, a presença de espíritos na Bíblia, apesar de ser isso tão claro nela. Sim, só que os espíritos são chamados de “anjos” e, muitas vezes, são tidos erradamente como sendo o próprio Deus. Por exemplo, o Decálogo foi entregue a Moisés por um anjo, e não pelo próprio Deus (Atos 7: 30). E o que é anjo? Anjo (“aggelos”, em grego do Novo Testamento) é mensageiro, enviado. E anjos são espíritos humanos de alto nível de evolução. Mas há também anjos ainda maus enviados por outros espíritos.

E até Jesus evoluiu como espírito humano que Ele é e que se encarnou como o homem Messias prometido, que, segundo a Bíblia, não é o próprio Deus. Aliás, Deus no-lo enviou. Deus é, pois, o “enviador”, Jesus o enviado por Deus. Se Jesus fosse o próprio Deus, a Bíblia não usaria jamais a expressão de que “Ele é enviado de Deus”, mas que Deus veio ao nosso mundo! Ademais, Deus é imutável, e Jesus, o homem Messias, evoluiu (Hebreus 5: 9).

A Bíblia, realmente, está povoada de espíritos encarnados e desencarnados. E estes inspiraram os espíritos dos autores que a escreveram. Mas, como já vimos, nem todos os espíritos inspiradores dos espíritos dos autores bíblicos são bons. E é por isso que a Bíblia tem erros e contradições, o que nos prova que não é verdade que ela seja, literalmente, a palavra de Deus como muitos ainda pensam!





















JOSÉ REIS CHAVES




Jesus e seu papel segundo a teologia.



Se for a morte de Jesus que nos salva, louvemos seus assassinos












O ser apreciador de sangue derramado de vítimas sacrificadas não pode ser o Deus verdadeiro, mas um espírito atrasado. E o que aconteceu com os autores da Bíblia foi que espíritos atrasados apreciadores de sacrifícios sangrentos inspiraram-nos com essas ideias erradas. E, o pior, os autores e os teólogos pensaram que esses espíritos fossem o Espírito do próprio Deus!

Esse erro absurdo é a causa principal de muita descrença. Como pode Deus todo-poderoso, a inteligência suprema e a causa primeira de todas as coisas, na definição dos espíritos de acordo com Kardec, e que é o único ser incontingente, segundo são Tomás de Aquino, gostar de sacrifícios e mortes sangrentas? Que Deus seria esse? “Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mateus 9: 13).

E a ideia errada de que a Bíblia é, literalmente, a palavra de Deus, defendida até hoje por muitos religiosos fundamentalistas, acaba levando muitos de seus seguidores ao materialismo.

Vejamos exemplos de instruções que não são de espíritos enviados de Deus, embora Moisés tenha pensado, erradamente, que tais espíritos fossem até o do próprio Deus: “Agora, pois, matai de entre as crianças todas as do sexo masculino; e matai toda mulher que coabitou com algum homem, deitando-se com ele” (Números 31: 17). “Porém, todas as meninas, e as jovens que não coabitaram com algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós outros” (Números 31: 18); “Samaria levará sobre si a sua culpa, porque se rebelou contra o seu Deus; cairá à espada, seus filhos serão despedaçados, e suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio” (Oseias 13: 16). “Comereis a carne de vossos filhos e de vossas filhas” (Levítico 26: 29). “Portanto, os pais comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a seus pais; executarei em ti juízos, e tudo o que restar de ti espalharei a todos os ventos” (Ezequiel 5: 10).

O Espírito Santo de Deus da Primeira Pessoa da Santíssima Trindade não se rebaixaria a tanto dando ordens tão estranhas a um profeta e fazendo ameaças vingativas e cruéis como as que acabamos de ver. E mesmo sabendo que não as podemos interpretar literalmente, não podemos sequer pensar, nem de longe, em atribuí-las ao Deus verdadeiro ensinado por Jesus que nos trouxe o código de regras morais com as quais, se as seguirmos, poderemos acelerar a nossa evolução espiritual em busca da nossa perfeição e salvação. E se não fosse isso o objetivo de Jesus, então Ele teria perdido o seu tempo em vir aqui como enviado de Deus para trazer-nos o evangelho, o código mais perfeito de moral existente, e até poderíamos, então, rasgá-lo de vez!

Sem chance, pois, a tese teológica de que é o seu sangue derramado na cruz que nos salva, mesmo porque foi mais um grande pecado cometido pelos responsáveis por sua morte. E, realmente, não é a prática do pecado que nos redime, pois até aumenta o nosso carma de sofrimento, mas a prática de boas ações: do amor e da caridade. “(...) O amor cobre multidão de pecados.” (1 Pedro 4: 8). Não é, portanto, a morte de Jesus que nos redime, mas a prática da virtude da caridade e do amor. Aliás, Deus não é um Espírito atrasado vampiro.

E se fosse realmente a morte de Jesus que anulasse nossos pecados, poderíamos e até deveríamos aplaudir seus assassinos, pois eles é que seriam nossos salvadores!

fonte. o tempo


JOSÉ REIS CHAVES

Profecias bíblicas e sua fontes


Os profetas bíblicos desencarnados e os encarnados ou médiuns


















Eu estudei para padre redentorista e me aprofundei muito nas questões teológicas e bíblicas de acordo com as teses cristãs tradicionais.

Os teólogos e tradutores da Bíblia adulteraram passagens dela para adaptarem-na às doutrinas erradas criadas por eles e por outros colegas seus do passado. Mas a maior adulteração da Bíblia é feita por seus intérpretes. Eles afirmam, com a maior cara de pau, que estão errados ensinamentos claríssimos da Bíblia que são contrários aos seus interesses. E falam como se eles fossem ditadores. Isso se torna uma grande propaganda contra a sua própria igreja, principalmente quando o assunto ganha a mídia. E, lamentavelmente, seus fiéis que, em sua maioria, são pessoas simples, de pouca cultura, e não pensam, mas deixam que esses seus líderes religiosos pensem por elas, engolem tudo o que eles dizem como sendo verdades inquestionáveis.

A Bíblia está cheia de espíritos humanos que se manifestam porque estão vivos, são inteligentes, amigos e até pertencentes às nossas famílias. Eles são, pois, nos originais gregos do Novo Testamento, os demônios (“daimones”), ou seja, espíritos humanos que podem ser bons, maus, mais ou menos e até angélicos. Daí que se diz que há anjos bons e anjos maus. Se Deus permitisse que somente os demônios maus se manifestassem a nós, Ele estaria mancomunado com eles na divulgação do mal. Mas não é isso que acontece, pois os bons manifestam-se também, e até os demônios já angélicos! Esses fenômenos espirituais ou mediúnicos, apesar de comprovados na Bíblia por estudiosos bíblicos independentes e por cientistas de até Prêmio Nobel, ainda têm uma grande porcentagem de cristãos que os ignoram e até os combatem ferozmente, como acontece com uma minoria de pastores evangélicos fanáticos. Mas, como disse o excelso Mestre, nada ficará oculto.

As profecias bíblicas são feitas por profetas de dois tipos: os profetas ou espíritos desencarnados, que inspiram, falam e escrevem por meios dos profetas encarnados, isto é, os médiuns. Kardec apoiou essa comunicação entre os dois mundos, físico e espiritual. Mas não aprendi isso com ele, e sim com o estudo da própria Bíblia, lembrando aos meus queridos leitores que eu estudei para padre redentorista e consagrei minha vida ao estudo avançado dela e das religiões, entre elas o espiritismo, que é uma doutrina dos espíritos, e não bem de Kardec, que é apenas seu codificador.

Moisés (não Deus) condenou, com razão, a prática da mediunidade entre os hebreus, povo comandado por ele, por causa da ignorância, do comércio e da charlatanice entre os médiuns ou pneumáticos. Essa própria proibição de contato com os espíritos é prova de que tal contato existe. E ele apoiou os profetas sérios e honestos Eldade e Medade, que recebiam espíritos e profetizavam. (Números 11: 24 a 30). E, também, Paulo ensinou que os espíritos dos profetas (espíritos desencarnados) estão sujeitos aos profetas (médiuns), que, realmente, podem aceitar ou não a comunicação de um espírito (1 Coríntios 13: 32).

As profecias, pois, são feitas por espíritos santos dos profetas desencarnados, que usam os corpos dos profetas encarnados (médiuns). Mas temos que examinar os espíritos (1 João 4: 1), para sabermos se são espíritos do bem ou do mal, para que não venhamos dar crédito a falsas profecias dos espíritos que profetizam!

JOSÉ REIS CHAVES

O que nos salva?



Jesus deu sua vida por nós, mas o que nos salva é o seu evangelho

O Judaísmo recebeu influência das religiões pagãs das nações vizinhas da Palestina. E essas influências passaram também para o Novo Testamento e, pois, para o cristianismo. Uma delas é a de que Deus gosta de sacrifícios. Isso porque o Espírito de Deus foi, no passado, confundido, frequentemente, com os espíritos manifestantes atrasados que gostam de sacrifícios de sangue. Aliás, tal engano aparece muito, também, na própria Bíblia, principalmente, no Velho Testamento.

E são Paulo, que foi judeu fervoroso, foi quem levou para o Novo Testamento essas ideias de sacrifícios agradáveis a Deus, da doutrina da redenção pela morte de Jesus na cruz e, também, da salvação pela graça e pela fé, e não por obras (se bem que ele se referiu às obras das leis mosaicas). As suas doutrinas estão nas suas 13 cartas, e como elas foram os primeiros escritos do Novo Testamento, elas influenciaram os autores dos demais livros bíblicos adotados pelo cristianismo e, consequentemente, os teólogos cristãos.

Santo Agostinho defendeu muito as doutrinas paulinas da salvação pela graça e fé, polemizando muito a respeito dela com o grande teólogo Pelágio, seu contemporâneo. Também Lutero defendeu-a muito. A Igreja foi contra ela durante séculos, seguindo, pois, a teologia de Pelágio. Mas, recentemente, por influência dos protestantes e dos evangélicos, a Igreja passou a aceitar também, mas discretamente, essa doutrina.

Há momentos em que Paulo até parece continuar judeu: “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne” (Romanos 2: 28). E chega mesmo a dizer que ele tem seu evangelho. “No dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens de conformidade com o meu evangelho” (Romanos 2: 16).

Vejamos agora a sua doutrina de sacrifícios agradáveis a Deus, inclusive a da morte de jesus na cruz como redenção da humanidade: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: ‘isto é meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em memória de mim’. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isso, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim’” (1 Coríntios 11: 23 a 25).

Eis agora essa doutrina passada para o evangelho de Marcos: “E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. Então lhes disse: ‘Isto é o meu sangue, o sangue da (nova) aliança, derramado em favor de muitos’” (Marcos 14: 22 a 24).

Mas Jesus até repudia sacrifícios: “Mas se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não teríeis condenado a inocentes.” (Mateus 12: 7).

Afinal de contas, é o sacrifício da morte de Jesus na cruz ou a prática das boas obras que nos salva? Sem dúvida, são as boas obras, pois Jesus assim ensinou: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória do Pai, com os anjos, e então dará a cada um conforme as suas obras.” (Mateus 16: 27). E é o próprio Paulo que, em outra parte, surpreendentemente, confirma também essa grande verdade de que Deus retribuirá a cada um segundo o seu procedimento. (Romanos 2: 6).

fonte. o tempo

JOSÉ REIS CHAVES  TEÓSOFO e biblista