terça-feira, 8 de setembro de 2015

A bíblia e a vida após a morte...


A presença na Bíblia de espíritos encarnados e desencarnados






 
Tornei-me espírita porque constatei que muitas verdades bíblicas são espíritas. Eu ainda era católico de carteirinha quando descobri a verdade da reencarnação na Bíblia. Depois, foi a vez de eu encontrar também nela uma grande quantidade de fenômenos pneumáticos ou mediúnicos, na linguagem paulina: dons espirituais.

Eu estudei para padre redentorista e amo a Igreja e a Bíblia. E procuro reconciliar as igrejas seguidoras da Bíblia com a doutrina dos espíritos codificada por Kardec, que não modificou a Bíblia em nada. Ele simplesmente escreveu a joia preciosa literária cristã de esclarecimento e valorização da Bíblia: “O Evangelho segundo o Espiritismo” (traduzido por este colunista), em que Kardec sintetiza as máximas do Evangelho. E o próprio Jesus sintetizou sua doutrina, ao ensinar que ela está contida no primeiro mandamento do Decálogo: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22: 37). A afirmação, pois, de que é falsificador da Bíblia quem faz uma síntese do Evangelho é fruto duma ignorância sem tamanho ou de má-fé, o que é próprio dos religiosos fanáticos de fé cega.

E quando Paulo diz: “Julgai todas as coisas e retende o que é bom” (Tessalonicenses 5: 21), ele quer dizer que devemos usar bem a nossa inteligência no estudo das coisas, o mesmo ensino de Kardec, que nos aconselha a termos uma fé raciocinada, e não cega. E Jesus corrigiu erros da Bíblia no Velho Testamento: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5: 43 e 44). Nem tudo na Bíblia é, pois, certo, mas há irmãos nossos evangélicos que têm um bom conhecimento bíblico e escrevem e falam bem, mas acham que até uma vírgula na Bíblia é de Deus! Isso é o resultado do fundamentalismo religioso de fé cega, o que é um incentivo para o materialismo!

Outro erro grave dos religiosos seguidores fanáticos da Bíblia é querer negar, a qualquer custo, a presença de espíritos na Bíblia, apesar de ser isso tão claro nela. Sim, só que os espíritos são chamados de “anjos” e, muitas vezes, são tidos erradamente como sendo o próprio Deus. Por exemplo, o Decálogo foi entregue a Moisés por um anjo, e não pelo próprio Deus (Atos 7: 30). E o que é anjo? Anjo (“aggelos”, em grego do Novo Testamento) é mensageiro, enviado. E anjos são espíritos humanos de alto nível de evolução. Mas há também anjos ainda maus enviados por outros espíritos.

E até Jesus evoluiu como espírito humano que Ele é e que se encarnou como o homem Messias prometido, que, segundo a Bíblia, não é o próprio Deus. Aliás, Deus no-lo enviou. Deus é, pois, o “enviador”, Jesus o enviado por Deus. Se Jesus fosse o próprio Deus, a Bíblia não usaria jamais a expressão de que “Ele é enviado de Deus”, mas que Deus veio ao nosso mundo! Ademais, Deus é imutável, e Jesus, o homem Messias, evoluiu (Hebreus 5: 9).

A Bíblia, realmente, está povoada de espíritos encarnados e desencarnados. E estes inspiraram os espíritos dos autores que a escreveram. Mas, como já vimos, nem todos os espíritos inspiradores dos espíritos dos autores bíblicos são bons. E é por isso que a Bíblia tem erros e contradições, o que nos prova que não é verdade que ela seja, literalmente, a palavra de Deus como muitos ainda pensam!





















JOSÉ REIS CHAVES




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